Comprou a pipoca na porta do Passo, trocou os e-tickets pelos ingressos, ficou esperando que ele chegasse. Ele andava, de laranja, ao lado dela, sem perceber que ela fazia "psiu". Ele estava levemente apressado e olhava reto para a frente, sem tê-la visto. Foi bom vê-lo assim, tão de perto, tão na ignorância por ser observado. Amou-o um pouco mais e antes de puxá-lo pelo braço, temeu mais uma vez, pelo que poderia estar se aproximando. O filme foi bom, os dois se beijaram e deram as mãos, como dois namorados no cinema e isso acalmava seu coração, que estava aflito por demais. Queria poder dar o mesmo para o seu barbudo de casaco laranja; poder pegar seu coração no colo e cantar para ele dormir.

Se beijaram na chuva, na entrada do metrô, enquanto decidiam se pegavam um ônibus para a casa dela ou um metrô para a dele e esse beijo com as gotas caindo em sua cabeça a fez sentir numa cena de filme, num quadro preto-e-branco, e quisera poder parar ali para sempre. A chuva caindo, (m)olhando os dois, agradecendo o beijo em meio a tanta confusão e sujeira naquela rua na Cinelândia, onde poucos têm tempo e tranquilidade para amar.
2 comentários:
Lindo, como sempre...
bjs
romantismo no ar!
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