terça-feira, 30 de junho de 2009

Twitter

www.malvados.com.br

Entrei numa. Acharia mais legal, se não tivessem pessoas aleatórias me seguindo.

Engraçado, como uma palavra tem seu motivo modificado pela modernidade. Quando que a gente pensou que seguir e ser seguido poderia ser uma espécie de status...?

Sabedoria cartoonica


Boa viagem

Para mim, para ti.

E para quem mais quiser.

Porque viajar é bom demais.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

...



Extraída de www.malvados.com.br

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quando o amor morreu

A imagem era borrada como muitas vezes a imagem de sonhos aparecem para quem está dormindo.

Uma fila de mulheres de preto entrava na capela e abraçava a mãe do defunto, que não parava de chorar. Os filhos choravam compulsivamente, enquanto levavam copos d'água para a mãe. Chegou a vez de Carmem entrar para cumprir com a obrigação de cumprimentar a família.

Ainda não sabia de quem se despediria, até se deparar com seu amor, envolvido por flores e com duas bolotas de algodão enfiadas no nariz. Começou, então, a acariciar o rosto do morto e gritar por seu nome.

Queria que fechassem logo o caixão para que a história encerrasse de vez, junto com o pensamento de que isso não poderia estar acontecendo. Chorava por alguém que não estava mais ali, enquanto que as lágrimas caíam sobre o rosto gelado de quem não estava mais ali.

Até que os funcionários do cemitério avisaram que o caixão seria fechado. Um lado de Carmem pensava que agora aquela história seria concluída e que, quando chegasse em casa, não teria mais o que esperar dele. O outro lado, o que estava mandando nela ali, naquele agora, entrou em desespero, como se o fato de o homem que amava ser enterrado mudaria a realidade que estava vivendo.

Ele já tinha morrido e a única coisa a ser feita era mandar aquele corpo oco de gente para onde vão os corpos nessa situação.

A morte já tinha chegado ali, e com ela, o luto, a saudade, o amanhã vazio que por sua vez, precedia um depoisdeamanhã um pouco menos pior.

Carmem acordou assustada, suada, triste. Merda foi a primeira palavra que pensou e o rosto que apareceu em sua cabeça, antes mesmo de abrir os olhos, foi o do falecido amor.

Tentou apagar aquela imagem, repetindo para si própria que merecia viver, com o famoso "apesar de". Ele não voltaria, estava morto. Essa história não merecia reticências, mas um ponto final.

Respirou fundo, comeu o seu mamão e foi a caminho do dia.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Migalha

Dos seus olhos eu tirei a dor e tirei a cura. O preto dos olhos e o branco da unha é o que lembro que me faz lembrar de que perdi você nem sei como nem sei onde nem sei se perdi. As palavras que voam e se perdem o cd que vira papel e a caneta que vira pincel. O boneco feio virou bonito e ninguém viu. Quem percebe que o dia caiu? O que não acaba nem começa e o que significa essa confusão de espaços que não sei mais qual é a ponta do início e qual é a ponta do fim? Qual, entre todas as coisas, começa lá no pé? Eu começo no pé ou na cabeça? Quantas dúvidas consigo colocar numa só pergunta? E o que podemos fazer quando o balão explode e os tripulantes todos caem pedindo socorro e ninguém voa para poder ajudar?

Quando o telefone toca imagino que é salvação, mas é engano.

Enganamos o mundo com nossos sorrisos e abafamos os gritos com nossos travesseiros. O sangue jorra, mas ninguém vê e isso transforma em não existente o fato que é de conhecimento de todos. O que me faz existir além da pontada no peito e da inflamação no tendão? A mentira que empurra tudo para frente me joga para trás como que numa onda de um mar revolto. Deixa para outro dia, será que você consegue abrir esse pacote? Quando eu abro tudo voa pelos ares. Cai migalha no chão e chama barata. (as baratas gostam de migalhas. A formiga chama migalha de banquete.) A migalha atrai a barata na hora. Também não é assim, demora até a barata chegar. Demora nada. Eu que demoro a ver as baratas. E quando vejo são centenas delas, em cima das migalhas. É muita migalha pra pouca barata e barata demais para uma migalha só.

Migalha.

Migalhamigalhamigalhamigalha

Amiga lha

A migá-lha

À míngua

E no fim, tudo acaba em palavras.

(Texto de março de 2003)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Autajuda

Eu não gosto de literaturas de autajuda. Um amigo meu me carregou para uma palestra dessas uma vez. Fiquei curiosa a respeito do que alguém poderia falar sobre a vida, que justificasse um ingresso não muito barato. As cadeiras estavam todas ocupadas: todos ávidos por respostas, instruções, enquanto o palestrante dizia que não havia receita de bolo para a felicidade, mas que nada era impossível depois que a pessoa identifica o seu foco na vida.

Aí ele contou que maravilha de vida ele conseguiu, enumerou cada tragédia que conseguiu superar, emocionou-se ao lembrar do primeiro momento em que ele conseguiu ajudar a mãe. Enquanto isso, rolavam projeções de um PowerPoint na parede: imagens coloridas, esquemas, frases fortes, com verbos no imperativo, trechos de fala de Gandhi, Charles Chaplin, Veríssimo. E a plateia anotava tudo (???) freneticamente.

Saí de lá um tanto quanto irritada com a pirotecnia pseudoútil do coroa bem apessoado. Orabolas, 70 reais para ouvir que com um foco, tudo é possível? E o meu amigo, embevecido, falando que realmente, que justamente foi o foco que faltou naquele momento em que ele decidiu abrir o próprio negócio, quando fez nãoseioque, quando isso, quando aquilo. Eu queria sacudí-lo pelo pescoço, gritar peloamordedeusjuraquevocêouviuaquilotudoelevouasério?, mas preferi observar - como acontece na maioria das vezes - e pensar.

Ontem eu ganhei um livro de autoajuda. Ao questionar a razão do presente, o presenteador começou a defesa dizendo que, em primeiro lugar, ele não considerava aquele um livro de autoajuda. Fico aqui, com meus botões, a pensar: seria essa uma questão subjetiva, em se tratando de um livro cuja capa é a representada abaixo?


Chegando em casa, contei a história aos meus roomates e todos concordamos com o fato de que não. Não é subjetivo. Livros com lista de benefícios na contracapa e verbo imperativo no título, do mesmo autor de Como fazer amigos e influenciar pessoas não dá para não ser considerado autajuda.

Acho que existem algumas autajudas disfarçadas - Marcelo, ainda estou pensando se o Amor Líquido é autajuda ou não... ainda não estou certa, mas acho que ele é somente uma leitura bacana, mas que não oferece soluções para problemas ou promete melhorar nada na vida do leitor... mas vamos ver; voltarei a isso em algum momento -, mas o livrinho do Dale Carnegie, antes mesmo de abrí-lo - ele continua lacrado, enquanto eu penso se sucumbo à curiosidade ou decido o que fazer com a obra -, ele já mostra a que veio.

E teje dito.

=]


(Sim, eu agradeci o presente e entendi as boas intenções do presenteador. Não sou má nem malagradicida.)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Matinais

Abriu os olhos e ele ainda dormia. Pensou no quanto queria estar ali dentro, dos olhos que ainda estavam fechados. Pensou no quanto o amava, tentando lembrar quando percebeu isso. Enquanto a língua passava pelos dentes que já não estavam mais separados, lembrou. Lembrou do dia em que pensou 'eu amo você', quase se rendendo ao impulso de deixar que isso virasse uma frase falada. (Tinha pensado de novo na noite passada, enquanto estavam os dois nus, se beijando e se apertando com força.) Pensou no quanto estava feliz ali, naquele agora que estava com os minutos contados. Levantou-se e foi para o banho, participar um pouco mais da casa do homem que amava. Ladrilhos, portas, janelas e todas as possíveis perspectivas do seu amor. Desejava pisar em cada pedaço, reparar cada manchinha da parede. Ali, ele vivia e ali ela estava, convidada pelo dono da casa, do abraço completo, o dono de tudo que ela poderia vir a dar para alguém. Era assim que se sentia: doável. Pensou se alguém recusaria um presente assim.

Desligou o chuveiro, se arrumou e voltou para o lado do amor, de onde nunca gostaria de ter saído.


[O que é o amor _ Maria Rita]

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pequena Carol

Pequena Carol, aos 4 anos, para sua mãe:

Não vou casar nunca, mãe.

A mãe já olha para cima pensando que 'lá vem...'

Por que, minha filha?

Pequena Carol tava doida pra explicar:

Ah, é porque quando chega o aniversário do filho, a mãe trabalha o dia todo, desde cedo, arruma a mesa, a casa, faz comida e o pai tá lá. Descansando, não tá nem aí. Aí, quando chega a hora da festa, a mãe tá cansada de tanto trabalhar e o pai chega de banho tomado, cheirosinho, rindo pra todo mundo.

Pobre mãe.

Peneira zen

Ontem levei as primeiras agulhadas da minha vida: no cangote, na testa e na barriga.

O oriental disse que eu preciso ficar quieta, nem que seja uma hora antes de dormir. Desligar, ele disse. Falou das minhas disfunções energéticas: É, teremos bastante coisa pra trabalhar aqui...

Levei uns apertões também, umas estaladas, umas coçadas na cabeça.

A-d-o-r-o.

Virarei uma peneirinha zen.

Amém!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

...por metro quadrado

A cada portaria eu penso se aquele rosto será minha rotina daqui a um ou dois meses.

Esperar, nesse caso, é bom, até.
Já vou sacando quem poderão ser meus próximos vizinhos e torço o nariz ao ver que saiu uma senhora com um cachorro, de dentro do elevador.

Olho em volta no elevador, lendo os avisos com atenção. Serão esses meus próximos avisos? Porta pantográfica, quem diria. Morro de medo de portas pantográficas!

A porta do apartamento não tem nada de familiar: o espaço, lá dentro, está vazio, oco, com cara de ninguém, com marca nenhuma, mas eu já me vejo. Às vezes, eu não consigo ver nada meu lá dentro: aí eu já sei que não estarei por ali daqui a um mês ou dois.

Minha cama, minha poltroninha, meu sofá. Geladeira, fogão, eu toda lá dentro, dormindo, vendo tv, deixando o telefone tocar sem atender, pois estou na onda de ficar comigo mesmo, fazendo um sanduiche... vivendo ali.

Ali, seja qual for o lugar, será que eu já vi, ainda está por vir o anúncio que chamará para o meu cantinho?

Ao mesmo tempo, o meu espaço está no mesmo lugar, num certo clima de despedida e incertezas que, como sempre, estão mais juntas de mim do que as pintas do meu rosto. Mas sem elas, o que seria do friozinho na barriga...?

Que venha o que está por vir, já que eu bem sei que meu cantinho tá bem guardado, em algum cantinho dessa cidade!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

The Secret.

Um dia de lua, uma noite quente. Um sorriso, brinde de chopp, churrasco no terraço, abraço nas amigas. Um amor mão-dupla, uma casinha de vila, aluguel no bolso, duas horas de almoço. Viver com pouco, o tal do pouco suficiente, amar sempre, ser feliz amando. Como é bom. Ouvir a música, dançar por ela, dançar sozinha, dançar na sala, juntar bochecha. Tomar café da manhã, cozinhar a janta. Café da manhã na janela. Vê-lo dormindo. Como é bom. Cantarolar baixinho enquanto lava a louça. Andar na praia cedinho, de casaco. Acender uma vela, lavar a rúcula. Sexo na rede, na cama, no chão, no chuveiro. Sexo oral, dormir junto, acordar amassada. Sueca, truco, buraco de duplas. Gamão. Chopp com colarinho, cerveja original gelada. Pastel de costela, caldinho de feijão. Verde, Azul, Vermelho, Laranja. Uva. Meia calça, vento na janela do ônibus. Abraços, cafunés, chamegos. Nhém nhém nhéns.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Chove, chuva...

Depois de perder a hora e precisar me arrumar no [The Flash - mode on], não acho o guarda-chuva e saio sem ele.
Compro um quando descer do ônibus, pois sempre tem um ambulante oferecendo.

Do meio para o fim da Nossa Senhora, o céu caiu com força. Ufa, vai dar tempo da chuva estiar até chegar no Centro.

Mas foi tipo eu&chuvajuntinhasassim, indo em direção à 1o. de março. Desci eu e mais quatrocentos e cinquenta e oito gotas pesadas de chuva e não tinha nenhum ambulante me esperando.

Segurei a onda debaixo de um toldo para ver quem chegava primeiro - se o ambulante ou a redução da queda d'água.
Nem um, nem outro.

Tô uma eca.


Daí eu vi como estou bem. Em alguns momentos achava engraçada a minha situação e ria. Meu humor não se abalou. Foi bom ter dormido bem durante o fim de semana.

Tecla SAP

Quando a moça diz...
Kisses all over you.


...é pro moço ler...
Kisses, I love you.