quarta-feira, 27 de abril de 2011

E quando enquanto, e quanto?

Essa coisa de que o tempo ensina é tão verdade quanto mentira. Passa o tempo e a gente entende porque acostuma, acaba por aceitar o que nos é inevitável. Nunca se sabe quando parar, quando tentar de novo, quando abraçar o mundo, como cruzar as linhas de chegada. Essa coisa de esperar é balela; o tempo caga pra todo mundo, a vida é que se faz em função dele. E as interrogações, e os medos, e os sustos. As mortes. Surpresas estranhas depois de mergulhos em águas cristalinas de lugares onde o celular não pega. As emoções não são assim tão enormes como a gente vê na televisão. A vida engana a gente, a gente cai feito pato e acha que perdeu. A verdade, eu acho, é que as coisas são pequenas, bobas, silly things! Esse olho grande que nos ensinam a ter, ah, esse sim faz merda. Ilude que o mundo é azul, as nuvens são passageiras e que rola um treco que chama bonança depois da velha e conhecida tempestade. A bonança que ninguém viu, que geral desconhece. A filosofia que tava certa e perguntava sem responder. Porque é o que a gente faz o tempo todo, enquanto insiste em negritar a tempestade, passando batido o olhar na bonança, com aquela leitura dinâmica de merda que costuma-se ter do dia comum. O tempo continua cagando pra nós e pros nossos cursos de gerenciamento, de otimização e de controle. Não tem curso, não tem freio, não tem escola. Tem tempo, enquanto houver criança, enquanto houver passarinho.