segunda-feira, 28 de abril de 2008

Satisfeito

Você me deixou satisfeito
Nunca vi deixar alguém assim
Você me livrou do preconceito de partir
Agora me sinto feliz aqui

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho
Vivo tranquilo, a liberdade é que me faz carinho
No meu caminho não tem pedras nem espinhos

Eu durmo sereno e acordo
Com o canto dos passarinhos

(Arnaldo Antunes/Carlinhos Brown/Marisa Monte)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

patchwork

Alimento-me de mim. Das minhas próprias vísceras, enquanto não consigo ouvir minha própria voz. Por isso canto junto com a música do computador que não deixa abafar o que vem a ser um grito disfarçado de Caetano Veloso, Tracy Chapmann ou Marisa Monte. O coração bate em ritmo de corrida, 80% da freqüência máxima permitida pelos professores da academia. Sou mãe de gêmeos que ainda não nasceram, mas escorrem em forma de sangue por entre as pernas todos os meses, desde muito tempo atrás. Os meus olhos enxergam perfeitamente as paisagens através das janelas, no fundo da foto, atrás do foco principal. Não se pode confiar nas câmeras modernas que permitem apagar o primeiro momento. Relações em dias de chuva valem ouro. Miscelânea de mim. Desgrudo agora a orelha que ocupava o lugar do dedo mindinho do meu pé direito. Música. Vento.

.S.O.N.O.R.I.D.A.D.E...

.R.E.T.I.C.Ê.N.C.I.A.S.

Não me culpe por falar sozinha.

Foreign


Às vezes falo em língua estrangeira. Idioma de país só meu, presidente eu, interditado por uma passeata lotada de mim's, colonizado pela minha própria terra. Comunico-me apenas entre os habitantes do país-eu e só nós nos entendemos. O problema é quando algum de nós sai da terra natal, não conseguimos nem pegar um ônibus direito ou entrar num restaurante: não nos comunicamos fora de nós mesmos.

Seria cômico, se não fosse trágico: somos obrigados a viajar para fora de nossas casas, em média, 12 horas por dia.

Ninguém consegue nos compreender.

E vice-versa.

presvaziar.

Escrever o que se pensa nem sempre dá certo, mas vem uma bela impressão de esvaziamento.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

por nada

E só o que ela sabia, era se distrair. E assim passava seus dias, transformando em qualquer coisa cada hora vazia de seus dias que saíam todos do mesmo lugar seguindo para um único destino. Um bêbado catando latas às três da manhã, um lápis cravado no caderno. A barata que entrou no quarto, um dedo paralisado no teclado.

Um pedaço de casca de maçã entre os dentes, o pensamento completamente perdido e aquela voz martelando na cabeça. A própria voz que muitas vezes gritava acordando a casa, mesmo em silêncio não fazia diferente e brigava com seu mundo interno.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Jens Peter Jacobsen

Estava cansado de si mesmo, dos seus estéreis pensamentos e visões.

A vida, um poema?

... não quando se passa a vida a poetar em vez de vivê-la. Como ficava oca, então, como ficava vazia, vazia! Essa perseguição constante do próprio eu, no rastro das próprias pegadas - e em círculo, naturalmente...

Essa comédia simulada: Fingir que se atira à corrente da vida e ao mesmo tempo ficar ali agarrado ao anzol, pescando-se a si próprio neste ou naquele curioso disfarce... Ah, se a vida quisesse submergi-lo... A vida, o amor, a paixão, de modo que ele não mais precisasse poetizá-la, porém apenas - em estado de poesia - vivê-la!


Achei em http://www.cafetinaeletroacustica.com e vesti essas palavras, como se tivessem saído diretamente da minha cabeça. Porque eu adoro palavras que vestem bem.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tremendão - II

Tô achando um saco a Jovem Guarda e chegando à conclusão que são músicas ótimas para dançar bebum em festa, fazendo o teatrinho das letras. De resto, pra mim é música chata.

Principalmente depois que comecei a ler a biografia do Tim Maia – mas isso é outro post, até porque eu continuo com "On the road" e a biografia da Clarice Lispector, e vai ser ótimo contar aqui sobre como eu estou misturando todas as histórias: entrou um Tim no "On the road"; agora o negócio realmente será complicado – que está me deixando implicante com Roberto Carlos e os "bonitinhos" do referido "movimento" musical.

O CD Erasmo Convida - volume 2 é muito melhor.

(Olha eu devastando meu gosto musical pra lá de eclético – odeio essa palavra; geralmente quem diz que é eclético é cafona. Não que eu não tenha meus momentos completamente out, mas são momentos e que somente comlementam meu jeito de ser.)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tremendão.

Baixei o Millenium da Jovem Guarda.

Agora eu quero uma peruca de canecalon.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Namorados.

No Aurélio Século XXI...
Namoro
(ô). [Dev. de namorar.]
S. m.
1. Ato de namorar.

[Sin. (quase todos pop. ou fam.): namoração, galanteio, derriço, pé-de-alferes e (bras.) azeite, bredo, camote, cera, chamego, embeleco, grude, mormaço, paleio, prosa, sebo, sumbaré, suruba, tijolo, tribofe, xodó.]

2. V. namorado (4): &
[Pl.: namoros (ô). Cf. namoro, do v. namorar.]



Namorar é bom.
É pé, é mão, é joelho. É ver o outro dormindo e receber cafuné sem saber. Namoro é sorvete no inverno, fazer nada em casa, olhar no olho e contar piada, ficar pelado junto, é boca, é ombro, é mão.É tentar adivinhar o pensamento do outro, e não acertar nunca. (Será que nunca aprenderemos que pensamentos não se adivinham?). Machucar de vez em quando, jurando que era uma brincadeirinha à toa e achar pura injustiça a bronca que levar. Namoro termina, terminar não é bom. Dói sempre. Pra quem fica, pra quem vai, pros amigos em volta.

Namorado, namorada, um ou outro... é tudo igual! É nem, é , é lindo, linda, gatinha, momeu, pisco & pisca, pitica, pitico, lorinho... namorado é apelido ou o próprio nome, namorada tem voz de neném ou não tem, namorado sacana tem ringotne de sirene de polícia quando ela liga, namorada sacana tem ringotne do plantão da globo. Namorados românticos têm ringtones da música do casal.

Namorados modernos têm ringtones.

Namorados modernos fazem menage a trois, saem sozinhos com os amigos, ou não. Namorados modernos são atuais o suficiente para serem originalmente tradicionais e ciumentos. Namorados são eternos, sejam eles ficantes, amantes, casados, separados, amigos que transam, amigos apenas, namorados.

Namorado é peixe também. Cru, ou à Belle Meuniére, é uma delícia.