sexta-feira, 31 de julho de 2009

Can't

Não sei responder e-mail.

Faço em tópicos ou como uma carta?

Crio "ganchos" entre os assuntos para não ficar muita frase picada?
Já entro logo na resposta ou começo felicitando o destinatário?

Daí eu escrevo e acho que tem muita exclamação. Troco tudo por ponto final, o que deixa o e-mail frio demais. Sendo assim, acrescento alguns pontos e o texto passa a ter reticências: entro numa de que ficou cafona.

"Sofro" tanto que acabo escrevendo três míseras linhas.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estando distraída.

Tavaqui pensando e resolvi escrever. Pensando em como eu tenho conseguido deixar a vida com ela própria.Na dúvida, escolher sempre ir. Não temer o risco, a frustração. Falo de coisas pequenas, decisões mais corriqueiras, não de grandes resoluções e aventuras. De escolher ir no apartamento da cunhada mesmo sem saber se ficaria agoniada de vontade de sair nos 5 primeiros minutos. De arrumar a mochila e ir pra Macaé de Cima, sem saber se entraria em pânico nas primeiras horas de viagem e sofreria por não ter como voltar. De esvaziar um quarto para me espalhar na casa do meu pai, sem saber se perceberia não ter sido a melhor opção ao esvaziar a primeira caixa.

Agora, na dúvida, eu tento. Distrair, divertir, estar com quem me importa. Gostar de estar junto. Tomar decisões, fazer a minha vida, me construir. Eu também sou as minhas opções, e eu acho que não sou o que andei fazendo em outros momentos.

Foi ótimo passar horas agradáveis na casa da cunhada com o meu irmão do lado, a viagem foi maravilhosa, esvaziei 3 caixas e tá tudo bem. Na dúvida, eu fui, eu vim e foi melhor do que ficar parada pensando no que tinha sido se tivesse me arriscado. Impressão de ter sido jogada no mundo semana passada. Abobalhada, por completo.

Moço, eu ando com vontade de sorrir.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Às vezes, é difícil ser eu.

Achei que o 415 estava excêntrico demais, ao entrar na Pinheiro Machado. Quando eu olhei em volta, estava no Santa Bárbara.

- Moço, que caminho é esse?
- O caminho do ônibus.
- E que ônibus é esse?
- bóbóbó seis.
- Não é o 415???
- Não.
- E como eu achava que era o 415?
- Não sei, você tá indo pra onde?
- Pra Praça XV!!!!
- Ah, você desce ali e pega um pra Praça Xv.

Mas eu não tinha dinheiro: as moedas espalhadas na minha bolsa somavam apenas R$1,95. Nada a fazer. Respirei fundo, desci no Catumbi, fiz sinal pro 201, entrei, pedi ao motorista que me deixasse passar (era daqueles sem cobrador) e juntei todas as moedinhas que eu tinha (muitas!). "Paguei" a passagem e torci muito para que ele não conferisse nunca. A cada sinal fechado, eu reparava na movimentação dele e gelava, achando que ele estivesse contando moedas. Não estava. Pelo menos, não reclamou.

Cheguei no trabalho um pouco depois do que eu pretendia ter chegado. Sem café da manhã, chamei minha amiga para ir até a esquina comigo, comprar um iogurte.

- Vou sim, Carol. Espera só eu terminar aqui um troço?
- Claro.

E sentei.

- Pronto. Bora?
- Bora.

Aí eu abri a bolsa para pegar o cartão. O cartão sumiu.

Liga pro Manel Manel vê por favor se tem um cartão de banco no bolso da minha calça na cadeira do meu quarto? Carol, tem cartão nenhum aqui não... Liga pro Zona Sul Moço, por um acaso acharam um cartão aí ontem à noite? eu fiz uma compra e acho que deixei cair por aí. Não, não encontraram cartão nenhum. Esvazia a bolsa, abre tudo. Achei 40 centavos, eu tinha a passagem! Mas o cartão sumiu. Liga pra central cartões. Moço, fui furtada ontem só dei conta hoje, preciso cancelar o cartão. Ok, cartão cancelado, em sete dias úteis você estará recebendo um novo. Ok, obrigada.

Levanto e boto a mão no bolso para ir beber uma água.

No bolso.

O cartão.

Dentro do bolso, estava o cartão. Estava lá desde que eu levantei para o iogurte e sentei para esperar a amiga terminar o troço. Eu faço essas coisas automáticas e não registro tê-las feito.

- Oi, Michel. Acabei de cancelar meu cartão, pois achava que tinha sido furtada. Mas ele estava o tempo todo no meu bolso. Existe a possibilidade de cancelarmos o canelamento?
- Estarei verificando.
- Ok.
- Senhora Carolina, não dá. O chip já foi queimado. Agora a senhora precisará esperar o novo.
- Ok, Michel, muito obrigada.

E ainda nem chegou a hora do almoço...


Meu mundo é hoje _ Teresa Cristina cantando

domingo, 19 de julho de 2009

carência de glamour

Preciso colocar glamour na minha vida. Alguém me chama para beber em algum bar que venda aquele drink do copo raso com uma azeitona no fundo?

Pra beber de batom vermelho e comer a azeitona no palito, que nem musa de cinema.

To carente de glamour na minha vida. Cansei de chopp.

trintamenuzum

Ainda não voei de asadelta. Não li aquele livro, saí de casa, mas estou voltando, ainda que transitória. Percebi o amor feito a primeira cólica menstrual: sem referência no corpo, de sensaçao como esta. Não vi deus, senti raiva diária, entrei na acupuntura.

Não morri, nem fiz os cursos. Será que vai dar tempo? Os cabelos brancos dizem que não; a sombra da calma chegando diz que sim. Eu acredito, um pouco, em cada um. Por conta disso, fico sem saber qual deles seguir.

Saco cheio, irritadiça, tpm de um ano, um ano de domingo. Esperando uma segunda-feira da vida, com medo, com ansiedade, curiosa. Falando sozinha, temendo a loucura, corpo doendo, clamando por continuidade. Cabeça mudando, estranha.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Noêmia

A família a recebeu e ela pegou a família no colo. Alimentou os bebês, cuidou dos velhinhos, cozinhou para os adultos. Pegou no colo, lavou louça, trocou fralda, deu amor, levou foto na carteira. Noêmia entrou pra família pela minha bisavó, que eu nem cheguei a conhecer. Trazida de Paraty, não leu uma letra, não deitou com um amor, enquanto arrumava a cama dos casais e cuidava para que as crianças fizessem o dever de casa.

E gostava muito de cada um e dos cuidados que se dispôs a oferecer, enquanto chamava suas netas adquiridas de lindinhas, princesas. Fingia que reclamava quando eu deitava no seu colo para uma delícia de cafuné, mas sentia falta quando eu ficava muito fora de casa e falava: você não vai passar mais a noite aqui pra eu coçar a sua cabeça não?.

Até que um dia, ela precisou trocar de lugar e ser cuidada. E foi, diga-se de passagem, muito bem cuidada. Minha mãe Rose vem cuidando de Noêmia, alimentando, arrumando, dando remédio, aliviando dores. Abriu a porta da casa e deu um quarto; deu continuidade ao amor que a "véinha" recebia da tia Graciete e à retribuição de todo o carinho oferecido à nossa família.

Agora, a Noêmia está fraquinha, talvez indo embora, talvez lutando para ficar. Isso, só a vida sabe. E a gente vai sofrendo, vai entendendo, lembrando, agradecendo por ter podido conviver e receber tanto amor e tanta dedicação.

Obrigada mãe, obrigada, Noêmia. Por nós estarmos aqui, cuidados.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Malas.

Julho tem sido o mês das malas.

Não das sem alça, ruins de aturar (não que elas não tenham aparecido por aí...), mas das malas com roupas dobradas, de frio, biquini, edredon, meias, calcinhas e sutiãs. Malas com escovas de dente, desodorante, shampoo e condicionador. Sem sabonete, porque eu sempre esqueço o sabonete e acabo comprando no caminho.

Paraty com mala de rodinha, modesta, poucas roupas, animação meia-bomba. Macaé de Cima, mochilão grande, pra caber o edredon, panos, mantas, golas rolê, bombinha de asma, estoque de sorine.

A mala do próximo fim de semana será de livros. Porque estou me mudando. Ainda não para o meu cantinho, do jeito que eu planejei. Farei um pouso temporário para que a busca seja mais calma, para que não haja erro na escolha da sala que será minha, do quarto que terá as minhas roupas, meu sono e meus amores. Começo a me mudar aos poucos, com a preguiça de caixotes, vontade de Humaitá, de janela com vista, de viver mais junto do meu pai.

A Lagoa ali pertinho, voltar a correr em volta, almoçar com a mais nova aposentada do pedaço, me recuperar do calote, ficar perto dos amigos, dos cinemas, da Cobal.

Agosto eu fico véia, mas de vida nova.

Sobre o que temos falado.

O que é a vida do homem?
Algo que não é orientado para o bem ou para o mal, nem moldado para louvar ou censurar. A oportunidade leva o homem às alturas, a oportunidade o arremessa para baixo e ninguém pode prever o que será a partir daquilo que é.

Antígona _ Sófocles.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"Se tudo pode acontecer..."

Pode acontecer de você estar andando no Centro da cidade e de repente fazer um silêncio, mesmo sendo meio-dia e meia.

É que tem dia que as coisas simplesmente acontecem e a gente fica com cara de quem não tá entendendo nada, porque são poucas as vezes que conseguimos entender realmente alguma coisa.