quinta-feira, 16 de julho de 2009

Noêmia

A família a recebeu e ela pegou a família no colo. Alimentou os bebês, cuidou dos velhinhos, cozinhou para os adultos. Pegou no colo, lavou louça, trocou fralda, deu amor, levou foto na carteira. Noêmia entrou pra família pela minha bisavó, que eu nem cheguei a conhecer. Trazida de Paraty, não leu uma letra, não deitou com um amor, enquanto arrumava a cama dos casais e cuidava para que as crianças fizessem o dever de casa.

E gostava muito de cada um e dos cuidados que se dispôs a oferecer, enquanto chamava suas netas adquiridas de lindinhas, princesas. Fingia que reclamava quando eu deitava no seu colo para uma delícia de cafuné, mas sentia falta quando eu ficava muito fora de casa e falava: você não vai passar mais a noite aqui pra eu coçar a sua cabeça não?.

Até que um dia, ela precisou trocar de lugar e ser cuidada. E foi, diga-se de passagem, muito bem cuidada. Minha mãe Rose vem cuidando de Noêmia, alimentando, arrumando, dando remédio, aliviando dores. Abriu a porta da casa e deu um quarto; deu continuidade ao amor que a "véinha" recebia da tia Graciete e à retribuição de todo o carinho oferecido à nossa família.

Agora, a Noêmia está fraquinha, talvez indo embora, talvez lutando para ficar. Isso, só a vida sabe. E a gente vai sofrendo, vai entendendo, lembrando, agradecendo por ter podido conviver e receber tanto amor e tanta dedicação.

Obrigada mãe, obrigada, Noêmia. Por nós estarmos aqui, cuidados.

5 comentários:

Unknown disse...

Muito amor para a Noêmia...que testo mas cheio de carinho...

Deborah disse...

Muito bom, Carol! Até a triste se torna alegre quando vc escreve! Saiba que, qualquer que seja o desfecho desta história, tudo correrá bem!!

Maria de Fatima disse...

Lindo, amiga. Torço pela Noêmia e por vocês.

Deveraneios disse...

Bela homenagem, Carol!
Acredito que a gratidão é um dos sentimentos mais bonitos que o homem pode ter.
Beijcoas,

Drizuda disse...

Beijo grande pra Noemia e pra Dona Rose!!!!!!!!