segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Dias atípicos

Bebedeira, night, ressaca, cílios postiços, camiseta de lantejoula, Rogerio de terno e gravata, boate no domingo, joelho de porco com cigarro de palha, crise de gastrite, azia, penteado no salão, topete de Hebe (ou de Amy), cabelo mais loiro ainda, acordar sem lembrar do dia anterior, três livros ao mesmo tempo além do pequeno de auto-ajuda. Livro de auto-ajuda, vestidinho florido, calça e blusa branca, choradeira sem sentido, luto por terapeuta, rever primeiro namorado da escola, rever ex-namorado machucador, trabalhar com um certo ânimo, veneno antimonotonia, dizer não ao bob, deixar na internet eu cantando Arnaldo, enfrentar fila de restaurante no Centro, falar algumas coisas engasgadas, ver defeito importante em quem até então era uma unanimidade interior, abrir a gaveta da minha cômoda na frente da minha mãe. Pensar de um jeito que não cabe mais na cabeça. Respirar fundo contando até dez e fazendo o exercício budista da Maria Claudia. Dizer não querendo dizer não e jurar pra mim mesma que não só vale se for dentro, pois se dentro for sim, fora vai ser também. Lendo. Lendo tudo e catando significância até em busdoor. Questionando o tempo, perguntando pra ele, perguntando pra mim.

Tentando botar em prática.
Tentando não, porque agora eu sou uma menina do Segredo: botando em prática.

Nenhum comentário: