sábado, 8 de novembro de 2008

Autopsicografia

Bêbada, em ebulição. Parece que o que passa na minha cabeça é mais coisa do que cabe no tamanho dela. Eu não me entendo, não me leio, fico chata, densa...

Cabe tudo nesse mundo abstrato que o meu corpo não suporta. Não sei me divertir e o (desa)sossego também não conforta e dá vontade de não existir; virar algo fora do meu corpo.

E é difícil de administrar. E se eu me sou inadministrável, quem de fora poderia me bancar?

Eu quero um coração grande o bastante para abraçar tudo isso e esse coração não apareceu.

Não foi dessa vez. Eu não coube nele, não coube em nenhum que já tenha conhecido.

Tenho me sentido especial, de um jeito que não é necessariamente bom. Eu não me basto para as coisas que acontecem dentro de mim e às vezes calo, porque a maioria disso tudo é indizível e eu achei que tinha encontrado alguém que soubesse me ler. Mas era alguém que tinha idéias prontas e não soube me encaixar nelas; e é isso: eu não me encaixo.

3 comentários:

Letícia disse...

Encaixar-se ou não se encaixar... Eis a questão!

Anônimo disse...

Era tudo que eu queria, nada a declarar e ser compreendido, palavras sem serem ditas, absorvidas no instante do olhar que brilha no escuro do quarto de dormir, sonhar acordado...

Um beijo Carol, estou a espreitando suas palavras daqui,

Daniel Piras

Unknown disse...

alguem devolve a bola por favor!