segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Fulô.

Tem um mundo na cabeça, um mundo lindo com sorriso e muita música, mecânicas quânticas e escalas de Planck. Engole e ri com o olho. E abraça forte. A mão vem com tudo e pega com vontade, carinho. E roça no pescoço, nas costas, na perna. E beija de verdade. Não gosta de moedas e acho que por isso, vai largando todas pelo caminho e eu nem me importo de ir catando atrás. Gosta de tapioca, tacacá, salsa e forró e disse uma vez que merengue é uma das melhores coisas de se dançar. Lê livro no celular, mesmo com letras pequenas. Tem furinhos nas camisas e são camisas e furinhos tão lindos que nem dá pra implicar. É bom reparar e falar: tá furado, mas amassado, ah... amassado nunca. Ama cinema, de dentro e de fora. Edita, vê, lê, grava, indica, mostra. Anima meu mundo e os outros mundos também. Ama. Como ninguém, como nunca. Come. Gosta quando meu nariz rebola. Faz questão, afirma, discorda, repensa, tem lentes novas de olharmundo, lentes leves e bonitas e fotografa - com essas e com outras.

Deu medo tudo isso. De não saber rir junto, de pisar no pé na hora da salsa, de tentar costurar furinhos tão bonitos. Acabou que teve pé pisado, riso solitário e furinhos perdidos por aí.

Mas eu to pegando umas lentes novas, ou nem tão novas assim. Catando algumas que deixei no fundo da gaveta de óculos, achando que fossem desnecessárias e obsoletas. E não é que elas são úteis? Bem que eu tinha a impressão de que eram lentes preciosas. Apenas não serviram naquela hora, pois o problema era (também) com a paisagem.

E agora eu amo. A lente é essa.

Nenhum comentário: