quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Direto do túnel do tempo.

Uma vez, meu irmão era bem pequeno - uns três aninhos, coisa assim - e minha mãe foi buscá-lo na escola. Todas as crianças saíam e nada do pequeno Fred aparecer. Depois que não tinha mais criança nenhuma para sair, minha mãe olhou lá dentro e meu irmão - que ainda não era irmão de ninguém, pois ela ainda estava grávida de mim - estava sentado numa cadeirinha, sem roupa, um tanto quanto encolhido e assustado.

Obviamente assustada, D. Rose entrou na escola, pegou a criança e foi saber com a professora o que tinha acontecido e ela explicou: Ele teve uma diarréia e fez cocô na calça. Ao ser questionada sobre o motivo que teria impulsionado o fato de a moça ignorar completamente a muda de roupa limpa que ele levava todo dia na mochila, a moça não conseguiu disfarçar que a resposta era simples: nojo. Ela teve nojo de limpar o menino e trocar sua roupa.

Mami pegou o Fred no colo, ligou para o papi e tiraram rapidamente o então pequeno Fred da escola.

Depois de pesquisarem bastante, visitar outras escolas, encontraram uma que parecia ser muito bacana e confiaram a ponto de matricular o mini-menino por lá.

Chegou então o dia de levar o Frederico para conhecer seu novo ambiente e ele tinha todos os motivos do mundo para desconfiar de tudo.

Foi aí que, chegando lá, minha mãe mostrou a varanda e o apresentou à professora:

Fred, essa é a Elaine, sua nova professora!

Elaine abriu um sorrisão para o Fred e disse:

Oi, Fred!

Foi aí que o Fred olhou bem pra ela, abaixou as calças e fez um cocozão ali, no meio da varanda. E olhou de novo para a Elaine, bem sério.

E antes que D. Rose pudesse pensar em ficar sem graça, a nova professora mostrou que ali poderia ser o lugar dele.

Opa, fez cocô! Vamos lá pra eu te limpar?

Frederico, desconfiado, olhou pra ela e perguntou se ela ia realmente limpá-lo.

Claro que vou!

Aí o Fred deu a mão para a Elaine e ficou a manhã toda na escola. Nem precisou de período de adaptação.

*

Quantas vezes na vida a gente pode ter três anos de idade depois que se tem 28?

2 comentários:

Letícia disse...

Sabido o Frederico.

Linda a história.

Bela a narrativa!

Bia Prado disse...

Que linda história!
Que sábios dona Rose e seu Rogério.
bjs