terça-feira, 25 de março de 2008

Tô lendo


"Ele era apenas um garotão tremendamente apaixonado pela vida e, mesmo sendo um vigarista, só trapaceava porque tinha uma vontade enorme de viver e se envolver com pessoas que, de outra forma, não lhe dariam a mínima atenção. ele estava me enrolando e eu sabia (...), e ele sabia que eu sabia (essa, na verdade, seria a base do nosso relacionamento), mas eu não me importava e seguíamos juntos numa boa - sem frescuras, sem aporrinhações, andávamos saltitantes um em volta do outro, como novos amigos apaixonados."

(...)

"Eles varavam as ruas juntos absorvendo tudo com aquele jeito que tinham no começo, e que mais tarde se tornaria muito mais melancólico, perceptivo e vazio. Mas nessa época eles dançavam pelas ruas como piões frenéticos e eu me arrastava na mesma direção como tenho feito toda minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos "aaaaaaah!"

3 comentários:

r a c h e l disse...

Delícia de trechos, hein?

Beijo querida!

Anônimo disse...

gostei, quero ler.

(não vale dizer q está atualizando e parar, hein?)

Anônimo disse...

já li esse livro. na verdade, foi como uma bíblia na minha adolescência. a segunda citação tá no meu livro sublinhada. é isso aí, pé na estrada!

nanda