terça-feira, 27 de maio de 2008

Força na peruca.

Eu tenho uma peruca. Comprei quando meu cabelo ficou uma merda antes de eu sair com um ex namorado. Eu estava com um cabelo horrendo quando ele ligou me chamando para uma viagem de reconciliação.

Antes da viagem, ele tinha dois ingressos para um show caríssimo e claro, uma reserva num... restaurante. Empolguei-me e achei que era a hora de fazer algo no meu cabelo para ficar bela.

Acontece que eu não fiquei bela e parecia que eu tinha passado ferro no meu cabelo que não levantava por nada. Fui a uma "hair stylist" francesa na hora do almoço para ela arrepiar meu cabelo e gastei uns 102 reais para o cabelo continuar péssimo. Nem as pomadas endurecedoras de mechas deram jeito.

Era a hora de comprar uma peruca. E a fizspan estava logo ali.

Optei por uma mais discreta, que parecesse com meu cabelo para não dar muito na pinta e ainda assim ela custava bem mais de mil reais, mas só uma coisa latejava nos meus pensamentos: viagem de reconciliação; show... restaurante.

Moça, posso parcelar a peruca?

Sim, em até dez vezes.

Dez vezes rules!

E a primeira só para o mês que vem.

Dez vezes com cheque pré: a salvação veio a crediário.

Lá estava eu chiquérrima na peruca Lois Lane esperando na portaria o rapaz chegar para me buscar.

Oi.

Oi, cê tá bonita.

Brigada.

Quanto tempo.

É... senti saudade.

Eu também... você... como sempre... pintou cabelo de novo, né.

É, fiz as mechinhas loiras aqui na frente. Cansei do ruivo.

Não dá pra ver, deve ser o insufilm.

Não dá pra ver?

Não. Tá pretão daqui.

PUTAQUIUPARIU, A PERUCA. Eu tinha feito mechas, a peruca era castanha bem escura. E foi aí que vários detalhes começaram a me preocupar bem seriamente: show, depois do show, o... restaurante, e depois acordar junto, como eu não pensei nisso e tem a viagem, como eu vou tomar banho, ok, nem é praia, mas é viagem, um fim de semana com um ex namorado, nossa, que calor, janeiro não é um mês bacana para usar peruca, ainda mais no Rio de Janeiro, show a céu aberto, ainda nem paguei a primeira prestação dessa merda. Mais de mil reais prum troço que não só abafa a minha cabeça como vai detonar a possível reconciliação com esse idiota que não para de falar enquanto dirige...ops. É comigo que ele está falando.

Oi?

Hã?

Não entendi.

A partir de onde você não entendeu?

Tá pretão daqui.

Hein?

Você disse que meu cabelo tá pretão. Depois eu não ouvi.

Porra... to falando há horas.

Desculpa, eu acho que tô nervosa.

Eu to dizendo que eu quero voltar pra sua vida.

Agora? Não dá pra deixar meu cabelo crescer?
(Eu disse isso?)

Não entendi.

(Pensa rápido, Carol. Se salva.)
Tô achando isso muito rápido, isso que eu quis dizer. Como você reaparece assim, do nada querendo que eu volte pra você, me chamando prum show caro, pruma viagem do nada. Você acha que as coisas funcionam assim? Me leva pra casa, please?

Esse cara não prestava mesmo...

Cheguei em casa pisando forte, jurando que ia jogar a peruca no lixo.

Mas ela tá guardada para o caso de precisar. Acho que precisarei amanhã, mas ela está frouxa em mim.

8 comentários:

Letícia G.R.D. disse...

hahahaha.. morri de rir com a frase "não dá pra deixar meu cabelo crescer<"
rs.. sensacional..
beijo!

Anônimo disse...

"Me" empresta? :)

Letícia disse...

Também quero uma peruca!

Você me deu boas idéias pra Alice!

Bjs

Anônimo disse...

Gata, tive que ler esse texto em voz alta aqui no escritório pros meninos. A gente se escangalhou de tanto rir!!! Beijo enorme!

Ju disse...

troca o elastico!

Ju

Anônimo disse...

tem coisas que eu achava que so aconteciam comigo mas agora nao me sinto mais so'!
mas nao, nunca comprei peruca. eu vou no peito e na raca com meu cabelo de playmobil

Ana Paula disse...

Carolzinha, você é inigualável! Esse post rivaliza com o do dente! Chorei de rir!!
Beijos.

Edson K disse...

Ahahahahahaha. Desculpe.
Sei que deve ter parecido embaraçoso na época, mas não pude parar de rir! Está muito engraçado.
Bjks