quarta-feira, 9 de setembro de 2009

nem tão estranho assim.

Ninguém explicou como seria. Ninguém ao menos avisou que aconteceria. Eu, normalmente, duvidaria.

E sem explicação, sem avisos ou dúvidas, o mundo virou de lado. Virou, espelhou, deu cambalhota, mordeu a própria orelha. O mundo que era um agora é outro, mudou de cor, de fuso, de lógica. O toque se fez novo, o cheiro passou a ser hipótese, o calor agora era um só: o outro vinha de um jeito que não dá pra explicar, nem em blog. Os caminhos passaram a ser engraçados, as novidades não faziam tanto sentido e a língua que eu falava ficou estrangeira.

Era como chegar a algum lugar bem desconhecido e se sentir à vontade: não tinham vergonhas ou referências, eram apenas beijos, sonhos, delícias, sorvetes. Sabe aquela vontade de mudar para o Japão, quando tudo vira enfadonho? Então! Fiz a mudança pro Japão de mim, posso afirmar, agora. Mudei de planos, dei meia volta, refiz o retorno e passei pela mesma guarita.

Alguns encontros fazem pensar, outros machucam, outros nem chegam a acontecer e mudam nossas vidas. Foram algumas horas para entender, engolir, suportar.

Precisei de algum tempo - e quem não precisaria? - para absorver esse susto, essa ebulição, essa liberdade de solteira, de moça, de namorada, de amante, de vontade. De ser o que se bebe, o que se come, de ser uma flor, ou uma lajota (caso eu queira descansar meio marrom). Eu posso escolher algumas coisas para que as que não dependem de mim fiquem mais legais ou encaminhadas.

Ou que pelo menos sejam apenas as coisas que não dependem de mim.

Vontade de sair voando.
Impressão de que é possível.

2 comentários:

Lady Shady disse...

Lindo este texto, amiga!
bjs, bjs

Deveraneios disse...

Carol...
Vc se supera a cada dia!
Lindo!
Abração,