quarta-feira, 27 de maio de 2009

no caminho

Pisava nas pastilhas do chão do Centro sem percebê-las. Por quanta coisa, aliás, uma pessoa é capaz de passar, em cima de quantas pastilhas se pisa ao longo de um ou dois dias?

Lembro que um dia decidi não deixar mais de perceber o que me rodeava: sorriria para cada um, cheiraria cada flor. Pularia cada linha do chão e não me esqueceria de olhar o céu.

Até que ainda esqueço, mas hoje eu lembrei. Olhei a rua, querendo levar um pedaço de alguns dias comigo.

Sinto algo que está prestes a transbordar. Seguro a boca para que, involuntariamente, não saia um nome, uma declaração, uma palavra, um grito.

Olho o braço, procurando um rastro, uma pista, alguma impressão digital, um pelo solto, um beijo esquecido, atrasado.

Sei que estou feliz até a saudade bater - que por sua vez só doerá até venha outro dia desses - e me pergunto se vale a pena viver assim.

Ainda não assimilei a resposta final porque é um sentimento grande como nunca, forte como nunca, bonito como nunca, gostoso como nunca e foi bom, como sempre.

Por enquanto, deixa só eu sentir assim e pensar no problema quando (e se) ele bater à minha porta.

2 comentários:

Fel.Bitter disse...

Só não mistura as coisas: sexo é sexo, amor não serve para n-a-d-a. troca esse marcador aí do post para "sexo!!!" no lugar de "amor..."
Beijo, Fel.

Lady Shady disse...

Vai curtindo, meu bem, vai curtindo enquanto der e não doer muito!
bjs