sábado, 5 de novembro de 2011

viajar

Nunca regi, sempre fui em direção a uma porta, por um caminho desconhecido, um nada. Eu tinha um plano errado e um céu cinza. Só.

Cenas do próximo capítulo. Não tem, não teve.

Da vida, não se espera uma imagem pronta. Os futuros não existem ainda, não há mão forte que dirija esse volante. Sem água, sem banho, sem comida ou sem privada. Assim estamos amanhã, qualquer um. Estou tão morta, amanhã, como está qualquer personagem histórico. Das imprevisibilidades da vida e de seus pontos de vista transformadores de essência e moldadores do real. Pontos de vida. Vértices de virada. Todo dia muda a cena, no mesmo ritmo ditado na introdução. Também estamos tão ricos como o tio Patinhas.

O futuro está tão vazio quanto eu e o mundo não se mexe por nenhuma angústia. Ele amanhece, entardece, chega noite, vira a lua. E nada disso é por nós. Todo esse universo está disponível como um palco para uma peça de teatro.

Arremessados a distância, cada um dos 7 bilhões precisa sobreviver e criar algum modus operandi para ocupar os espaços em branco do dia seguinte.

QUando aqueles estudos todos não servem de porra nenhuma e as perspectivas que um dia imaginamos ter parecem ter sido escritas por alguma criança em fase de alfabetização. Você não se reconhece mais, quando os elementos que você juntou não resultaram na receita anunciada no livro da família. E não parece, tampouco, ter dado errado. Os fatos, normalmente, não enganam: eles aparecem pelados diante de nós, ainda que negando fogo. E qualquer máscara não sustenta o caos até o fim: nenhuma máscara, nenhum caos. Isso que saiu do forno eu não conheço. Mas preciso almoçar e como os pedaços de cada fatia servida.

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